O sentimento de perda é imensurável.
Conversávamos sobre muitos projetos de vida. Tínhamos um em comum: O Arlequim Rock'n'Roll Band. A banda nasceu nos corredores da UFCG, mais precisamente no antigo trailler do seu Chico, no largão da biblioteca, colada ao setor administrativo. Muito falávamos e imaginávamos a logística da coisa. Uma característica muito pecualiar do homem era justamente a disciplina com a operacionalização do projeto. "Pense num trabalho da porra que é se divertir", dizia. Tudo devia estar nos devidos lugares pro avião decolar. E não é que vingou? Já se vão quase 5 anos de "muita doidera" (como o amigo mesmo dizia).
Reproduzo abaixo um poema a qual não conheço outra pessoa que melhor se identifique nele. É provavalmente um dos seus prediletos:
Só posso dizer que ficam as saudades e as grandes lembranças do amigo,
eterno professor, parceiro de banda, de humanismo, companheiro dos bares da vida. Ur irmão de copo e de cruz, como sempre dizia. De todo o ensinamento musical, da experiência de vida, dos ensaios sempre taxados de "muito produtivo.. muito produtivo", quanto se bebia uma garrafa de café inteira conversando, além dos benditos repertórios, sobre a vida, sobre o futuro, as angústias e a força e o conselho que sempre cada um dava quando necessário. Este blog, inclusive, nasceu da peleja dele: "Diegão, pô... tu tem entrar na blogosfera... tu tem de entrar na blogosfera... cara". Devo muito do que aprendi a esse cara. Dívida impagável, mesmo.
Um cara que dedicou a vida a cuidar dos seus entes queridos. Sua mãe, sua heroína, D. Dione, que faleu há um tempo, verdadeira espinha dorsal dele. Depois de sua tia-avó, praticamente outra mãe, que trouxe a Cajazeiras, inclusive, para passar seus últimos dias. Um exemplo que devemos guardar conosco.

Um cara que dedicou a vida a cuidar dos seus entes queridos. Sua mãe, sua heroína, D. Dione, que faleu há um tempo, verdadeira espinha dorsal dele. Depois de sua tia-avó, praticamente outra mãe, que trouxe a Cajazeiras, inclusive, para passar seus últimos dias. Um exemplo que devemos guardar conosco.
Conversávamos sobre muitos projetos de vida. Tínhamos um em comum: O Arlequim Rock'n'Roll Band. A banda nasceu nos corredores da UFCG, mais precisamente no antigo trailler do seu Chico, no largão da biblioteca, colada ao setor administrativo. Muito falávamos e imaginávamos a logística da coisa. Uma característica muito pecualiar do homem era justamente a disciplina com a operacionalização do projeto. "Pense num trabalho da porra que é se divertir", dizia. Tudo devia estar nos devidos lugares pro avião decolar. E não é que vingou? Já se vão quase 5 anos de "muita doidera" (como o amigo mesmo dizia).
Reproduzo abaixo um poema a qual não conheço outra pessoa que melhor se identifique nele. É provavalmente um dos seus prediletos:
A Canção do Albatroz
(Máximo Gorki)
(Máximo Gorki)
"Sobre a superfície cinzenta do mar,
O vento reúne
Pesadas nuvens.
Semelhante a um raio negro,
Entre as nuvens e o mar,
Paira orgulhoso o albatroz,
Mensageiro da tempestade.
E ora são as asas tocando as ondas,
Ora é uma flecha rasgando as nuvens,
Ele grita.
E as nuvens escutam a alegria
No ousado grito do pássaro.
Nesse grito - sede de tempestade!
Nesse grito - as nuvens escutam a fúria,
A chama da paixão,
A confiança na Vitória.
As gaivotas gemem diante da tempestade,
Gemem e lançam-se ao mar,
Para lá no fundo esconderem
O pavor da tempestade.
E os mergulhões também gemem.
A eles, mergulhões,
É inacessível a delícia da luta pela vida:
O barulho do trovão os amedronta...
O tolo pingüim, timidamente
Esconde seu corpo obeso entre as rochas...
Apenas o orgulhoso albatroz voa,
Ousado e livre sobre a espuma cinzenta do mar.
Tonitroa o trovão.
As ondas gemem na espuma da fúria.
E discutem com o vento.
Eis que o vento
Abraça uma porção de ondas
Com força e lança-as
Com maldade selvagem nas rochas,
Espalhando-as como a poeira,
Respingando uma noite de esmeraldas.
O albatroz paira a gritar
Como um raio negro,
Rompendo as nuvens como uma flecha,
Levantando espuma com suas asas.
Ei-lo voando rápido como um demônio;
Orgulhoso e negro demônio da tempestade;
Ri das nuvens, soluça de alegria!
Ele - sensível demônio -
Há muito vem escutando
Cansaço na fúria do trovão.
Tem certeza de que as nuvens não escondem,
Não, não escondem...
Uiva o vento... Ribomba o trovão...
Sobre o abismo do mar,
Um monte de nuvens pesadas
Brilham como centelhas.
O mar pega as flechas de relâmpagos
E as apaga em sua voragem.
Parecem cobras de fogo.
Os reflexos desses raios,
Rastejando sobre o mar e desaparecendo.
_ Tempestade!
Breve rebentará a tempestade!
Esse corajoso albatroz
Paira altivo entre os raios
E sobre o mar furiosamente urrando
Então grita o profeta da Vitória:
QUE MAIS FORTE ARREBENTE A TEMPESTADE!"
O vento reúne
Pesadas nuvens.
Semelhante a um raio negro,
Entre as nuvens e o mar,
Paira orgulhoso o albatroz,
Mensageiro da tempestade.
E ora são as asas tocando as ondas,
Ora é uma flecha rasgando as nuvens,
Ele grita.
E as nuvens escutam a alegria
No ousado grito do pássaro.
Nesse grito - sede de tempestade!
Nesse grito - as nuvens escutam a fúria,
A chama da paixão,
A confiança na Vitória.
As gaivotas gemem diante da tempestade,
Gemem e lançam-se ao mar,
Para lá no fundo esconderem
O pavor da tempestade.
E os mergulhões também gemem.
A eles, mergulhões,
É inacessível a delícia da luta pela vida:
O barulho do trovão os amedronta...
O tolo pingüim, timidamente
Esconde seu corpo obeso entre as rochas...
Apenas o orgulhoso albatroz voa,
Ousado e livre sobre a espuma cinzenta do mar.
Tonitroa o trovão.
As ondas gemem na espuma da fúria.
E discutem com o vento.
Eis que o vento
Abraça uma porção de ondas
Com força e lança-as
Com maldade selvagem nas rochas,
Espalhando-as como a poeira,
Respingando uma noite de esmeraldas.
O albatroz paira a gritar
Como um raio negro,
Rompendo as nuvens como uma flecha,
Levantando espuma com suas asas.
Ei-lo voando rápido como um demônio;
Orgulhoso e negro demônio da tempestade;
Ri das nuvens, soluça de alegria!
Ele - sensível demônio -
Há muito vem escutando
Cansaço na fúria do trovão.
Tem certeza de que as nuvens não escondem,
Não, não escondem...
Uiva o vento... Ribomba o trovão...
Sobre o abismo do mar,
Um monte de nuvens pesadas
Brilham como centelhas.
O mar pega as flechas de relâmpagos
E as apaga em sua voragem.
Parecem cobras de fogo.
Os reflexos desses raios,
Rastejando sobre o mar e desaparecendo.
_ Tempestade!
Breve rebentará a tempestade!
Esse corajoso albatroz
Paira altivo entre os raios
E sobre o mar furiosamente urrando
Então grita o profeta da Vitória:
QUE MAIS FORTE ARREBENTE A TEMPESTADE!"
-x-
O grande palco da vida ficará mais sem graça.
Do eterno amigo...
Diego Nogueira
Diego, que poderia dizer com essa dor que me apunhala o seio? Dizer que que sei do teu sentimento como sei que sabes do meu, pois tivemos o melhor do nosso Cavaleiro Negro eivado de cicatrizes.
ResponderExcluirMesmo longe de Cajazeiras, sempre soube que essa palavra mais àcida ele guardava para os que lhe eram mais caros... e quantas vezes ouvi um "va à merda"... nunca importaram as distâncias.
Ele me ensinou que a dignidade humana resiste às garras febris da mediocridade, mesmo que em combates regados a ferro e fogo com a exaustão a pesar sobre os ombros.
O albatroz é seu retrato diante das tempestades inclementes...
Leve meu respeito e gratidão nesse ultimo adeus, Diegão, e força e coragem a todos nòs nessa dor insuportàvel de ter de vê-lo partir...
Lamento muito a perda de vcs, que termina sendo de muito mais gente. O rock'n'roll perdeu um cara que realmente sabia o que fazia... Em tempos ruins como esse é uma lástima que pessoas que assumem o "ouviver" boa música nos sejam tiradas dessa forma... De CG, minhas condolências...
ResponderExcluirAri Rodrigues (Ex- Cadillac 58 Band)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAh Diego, meu querido...
ResponderExcluirAinda sinto a mesma dor de quando recebi a notícia da partida repentina de Gurgel. É uma ferida que jamais irá cicratizar.Saudades sentirei até o dia em que eu viver neste mundo...