terça-feira, julho 27, 2010

Waters & Gilmour: pra se entorpecer...

... ouvindo Pink Floyd...


Roger Waters e David Gilmour se constituem, para este humilde par de ouvidos, na melhor dupla de criação musical que vi (pelo menos em vídeo...), sem desmerecer os outros floyds (Richard Wright e Nick Mason), desfaçamos uma tremenda injustiça. O Waters possui um universo intelectual e espiritual atormentado, refletido em suas letras e sugestões de melodias. É neste último viés que entram os outros floyds, destacando o Gilmour. Eles protagonizaram a concretização em som de todo esse devaneio. Trazem, nesse processo, novos elementos, sobretudo melódicos.

Pronto. Cheguei onde queria. Os caras puseram LIMITES NO WATERS. Quer prova disso? Escute o disco The Wall, nesse aspecto, e veja se não difere dos anteriores. Nota: Nesse momento, o Waters havia tomado quase que total controle nas decisões da banda, inclusive as musicais. Se não se convenceu, escute o Final Cut (último disco da era Waters no Pink Floyd... depois mandaram ele 'dar descendo'...). Praticamente um disco solo do Waters, com os outros quase que somente acompanhandom (faltava-lhes apenas um crachá...). O disco é uma depressão completa. Fantástico, diga-se de passagem. Mas já não é mais o som floydiano a qual me referi no início. O som de Breath, Time, Dogs, Echoes, COMFORTABLY NUMB, etc. - esta última (anterior a eticetera), o ápice da agonia, no contexto dO MURO que construímos através dos tijolos que a vida moderna põe à nossa volta. TODO ESSE CONCEITO - DO WATERS, ALIADO À HARMONIA DOS ARRANJOS DE CORDAS - DO GILMOUR, COM OS SINTETIZADORES E PIANOS - DO WRIGHT, SOMADA A BATERIA SIMPLIFICADA E PERFEITA - DO MASON, FAZEM DESSA MÚSICA UM PRIMOR, UM ÁPICE DA MÚSICA POP (favor não confundir com outras definições de pop, como sendo somente uma batida eletrônica numa música dançante ou 'piegamente' romântica).

Mas, para isso se tem um preço. A fama, o dinheiro e o luxo evidenciam a fogueira das vaidades. Verdadeiras intrigas rondaram a relação interna da banda, principalmente entre os frontmans (Waters e Gilmor). Tais fatos levaram o Waters a 'sair' do Pink Floyd. Mesmo assim, passados mais de 20 anos, a banda reune-se pra tocar 4 músicas no Live 8 (evento beneficente organizado pelo Bob Gendolf - curiosamente o cara que fez o papel do protagonista do filme, feito do disco The Wall -, em 2005). Dava pra notar o ressentimento na cara do Gilmour, mesmo depois de tanto tempo, enquanto se via um Waters feliz igual a 'pinto em beira de cerca'. Cena hilária.

O fato é que agora, em 2010, o Waters estará em tournée pelo mundo apresentando o show "The Wall". E não é que o Gilmour fará participação especial (pelo menos num show só), tocando Comfortably Numb???


O que idade não fizer...



PS¹ - Vejam a notícia: http://vai.la/UKv

PS² - Meu Deus, como eu queria que isso viesse ao Brasil... Quem sabe?! Se rolar, OS AMIGOS E AS AMIGAS TERÃO UMA CASA A MAIS NO MERCADO IMOBILIÁRIO...


Um comentário:

  1. A gente costuma reclamar, mas compreendamos que esses caras, quando vão envelhecendo, procuram se reciclar, inovar... a questão é que nem sempre o resultado agrada aos fãs crônicos.

    ResponderExcluir