quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Juntando os trapos... é Carnaval!

Carnaval! Pois é... rola por aí um monte de questionamento. Comemorar o quê? A despeito das desgraças do cotidiano, não negarei-me o direito à alegria. Tem muita merda rolando por aí, com certeza. Muita podridão com o plano de fundo do carnaval. Passo o ano pondo dedos nessas feridas. Reservo-me quatro dias de descanso... Justo e de direito. Porém, nem tudo são flores.

Esse ano meu carnaval vai ser um tanto diferente do que fora nos últimos cinco (anos). No corrente, NADA DE TOCAR. O Arlequim foi concebido num momento pré-folia, pelos idos de janeiro de 2006. Nasceu do desejo de se apresentar num ambiente clássico da festa de momo de Cajazeiras, a PRAÇA DO ROCK. O desejo de partir mundo afora sempre existiu, mas como a prudência faz parte do planejamento da banda, o primeiro passo tinha de ser a praça. Não é a estrutura, que deixa DEMAIS A DESEJAR, sempre deixou. O embalo é a magia de uma Woodstock da caatinga, um refúgio de consciências alteradas da sociedade. Durante todos os anos de Praça (e já se vão para mais de 10 edições), não só admiradores e militantes do movimento frequentam o espaço, mas toda e qualquer pessoa sedenta de um "retiro" diferente dos padrões de "retiro". Nada de mãozinha pra cima e, de forma carismática, cantar a esperança da vida pós-partida, passagem, caminhada, fim, juízo final ou qualquer alcunha que se caracterize como morte. Nada contra quem vá, pelo contrário. Pero, vou de boa música, atitude, festa e celebração. Exageros existem aos montes, mas o que cargas d'águas seria o carnaval sem excessos? Epa! Não falo de excessos de barrar a vida, mas de extravasos pessoais de soltar angústias presas ao longo de cada jornada que se inicia, fazendo alusão à idéia de que o ano "estréia" após a tal 'festa do povo'. Pena que comigo isso deixou de ser verdade há muito tempo... Mas não vem ao caso.

Tudo isso pra dizer da magia que é o carnaval e a Praça do Rock para este que vos fala. Em 6 anos de banda passei por estruturas de evento 10 vezes melhor que a Praça. Mas, não é disso que falo. A referência que tenho em banda sempre foi a Praça, não desmerecendo qualquer outro evento, de suma importância em seu contexto. Sabe a pessoa que sai de casa, em pleno Alto Sertão Paraibano, dizendo "hoje vou extravasar na praça do rock, e olhe que é só o começo, hoje ainda é sábado"??? Pois é, é disso que falo. E essa é a ótica do folião. Pra quem toca (mesmo horrivelmente como eu) isso é ainda mais significativo. Juntar equipamento, polir o baixo, trocar a bateria de 9 volts da captação ativa, rever letras, a ansiedade, reuniões, ensaios preparatórios, o(s) velho(s) gole(s) de bebida antes de subir ao palco, os amigos e as amigas presentes prestigiando e interagindo conosco. É disso que sentirei falta esse ano, já sinto há alguns dias.

Não iremos nos apresentar. Imprevistos rolaram para tanto. Amanhã embarco no navio pra Cajá City com uns 30 quilos a menos. 30 quilos a menos de alegria por não tocar. Mas como o carnaval não pára (jamais deveria), não encostarei as nádegas na rede. Rose, meu amor, amigos/as, chego já. Vamos pra folia...


PS - Na medida do possível apareço pela Praça pra prestigiar as bandas... Praça do Frevo também. E o cafuçu, claro. Vai ser legal. Necessito...

Alegria, tristeza, alegria, tristeza... uma parada dialética...


Um comentário:

  1. Ah os paradigmas da existencialidade!!! Quando é que nos dão uma folga? A gente sempre procurando sentido e achando "conforto" em vez disso...eu dizia dia desses que não somos lixo divino. Não se sei mantenho a palavra,talvez sejamos!!! Do mais ínfimo!!!
    Resta, então, nos acomodar as alegrias que são por hora permitidas...afinal...é Carnaval...é Carnaval!!!

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